1.7.06

PROFETA DO CAOS: quando é preciso ter coragem!

Ser profeta do caos não é fácil. Mas eles existem e são importantes em vários contextos. Gostaria que você lesse este texto com o seu coração e mente abertos para a reflexão, em torno do que podemos aprender, mais uma vez, com o estilo de liderança de Parreira. O tempo todo eu sabia que seríamos desclassificados. Eu não conseguia acreditar no Brasil. Eu me enganava o tempo todo, "contagiando-me" com o clima de vitória. E nisto eu fui um hipócrita. Eu já havia escrito que Parreira ia aprontar. Eu escrevi aqui mesmo: Internet, Orkut e em vários fóruns. Mas preferi, enganosamente, não enfatizar. Mas, "imaginar" que as pessoas haviam esquecido o que eu havia escrito, e, assim, preferi entrar no clima de otimismo. Mas, lá dentro, eu sentia um aperto e tristeza no coração, a cada placar, mesmo quando o Brasil teve uma vitória mais expressiva. Na realidade, eu nunca me baseava no Placar nesses momentos. Mas na intuição. Eu analisava cada jogada e sentia que algo estava errado. Escrevi sobre a arrogância de Parreira aqui, e estava querendo dizer exatamente isto. Olhem que ele só escalou Robinho, que deu certo em muitas partidas, desenvolvendo movimento, velocidade no jogo, apenas quando tudo estava perdido. Parreira é um arrogante. E para os arrogantes, a derrota. O problema é que ele está à frente de quase 180 milhões de brasileiros, arrastando-os à decepção, à vergonha. Ele é soberbo. Quando estamos à frente, liderando, devemos usar "todos os nossos ouvidos!" “A soberba precede a queda.” A escalação de Parreira, depois do primeiro jogo, não poderia ser mais a mesma. E ele era e foi por muitas vezes alertado. Mas, como um obstinado, cegamente não ouvia. Quando, quer que tentasse ouvir, o fazia mudando o seu esquema tático apenas no final do segundo tempo. Parecendo-nos que estava fazendo um favor a todos os espectadores, sem dar muita importância na tragédia que poderia ocorrer, caso permanecesse escalando o time daquela forma. Esta postura foi terrível para o segundo tempo de Brasil X França. Não dava mais tempo para reverter nada, quando ele fez as mudanças, que já deveria ter feito antes. Faltou comando, uma palavra de alerta hoje ao time. O banco estava parado, ar de derrota, e Parreira com cara de morto. Apático. Os jogadores anestesiados, sem nenhuma noção da importância desta partida. Pelo menos, isto estava visível na forma como eles jogaram. Pareciam garotinhos jogando no fundo do quintal uma peladinha escondidos da mamãe. Que coisa sem sentido. Não havia nenhuma vidraça a quebrar. Ou havia? Claro! A da vergonha inesquecível na França em 1998! Mas lá estavam eles e seu técnico, como os pentas, sem preocupação alguma, pois eram os favoritos. Ali estavam os melhores do mundo. Os mais bem pagos. Os representantes da nação do futebol jogando como aprendizes. Inexperientes. O que teria acontecido com a Seleção? Por que os jogadores não conseguiam, desde o início demonstrar que havia entrosamento entre eles? Será que, apesar de treinarem juntos, no fundo no fundo, havia um sentimento de diferenciação entre eles próprios? Será que o sentimento, consciência de equipe, de time, não era na verdade vivenciado por eles? Mas, uma amizade e brasilianidade pueril, ingênua e antiprofissional? Será que não está na hora de se introduzir na concentração técnica, uma mediação psicoterapêutica? Um tratamento em níveis de emoção e formação de equipe por valores ético-humanos e emocionais? Aqueles que têm a ver com o verdadeiro sentido de ser “equipe” “ time”? Acredito que a produção de muitos deles, chega a resultados muito mais satisfatórios lá fora, pela exigência técnica e trato profissional que se exigem deles, mais do que se faz aqui em termos de Brasil. Eu sabia desse resultado. Mas não tive coragem de dizer...
Renato Calazans,

2 Comments:

At 09:20, Anonymous Anonymous said...

Brilhante o comentário. É o desabafo de uma nação inteira, que sonhou, ao menos, em ver um pouco de alegria neste cenário de corrupção, caos e desesperança.

Parabéns.

Douglas Portugal

 
At 22:10, Anonymous Anonymous said...

País do futebol?
Eu gostaria de não ser Pentacampeã da fome,do analfabetismo,da violência,do desemprego,da corrupção,da alienação,da ignorancia...
ainda bem que não somos Hexa,ainda bem!

 

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